No último ano, um termo que se popularizou muito no Brasil e foi pauta de inúmeras polêmicas foi um tal de Fake News. Mas o que é exatamente isso? O termo em inglês se refere às notícias falsas que correm pelo oceano virtual, mas não se limita somente a isso. E pensando nessa pauta que existe desde sempre e nunca morre, preparamos um artigo quentinho sobre o assunto para você se manter alerta ao que está rolando pelos portais de notícias.
O ambiente digital favorece o compartilhamento instantâneo de mensagens e notícias, facilitando o crescimento e disseminação das fake news. Mas não foi aqui que essa tática mal intencionada nasceu. Na verdade, ela é mais antiga que andar para trás e faz boas décadas que a humanidade segue caindo nessas pegadinhas estratégicas.
Como nasceram as fake news?
Como nasceu ao certo, não sabemos. Mas o registro mais famoso e antigo de fake news com consequências fatais data do século XV, quando Joana D’Arc foi perseguida e morta sob a acusação de ser assassina, bruxa e herege. Por séculos em diante, muitas outras mulheres foram igualmente perseguidas e mortas com a propagação de falsas notícias sobre bruxaria e magia negra. Na segunda grande guerra, foi estratégia de Hitler disseminar fake news através de rádios clandestinas, publicação de livros e artigos por uma falsa editora e até armação da invasão polonesa. Tudo isso no intuito de conquistar a confiança alemã para que militassem ao seu favor.
E nos dias de hoje?
Hoje em dia, com a facilidade de acesso à informação, espalhar notícias falsas se tornou mais fácil que roubar doce de criança. Com títulos emocionalmente chocantes e informações distorcidas, não fica difícil enganar grandes multidões digitais.
Essa estratégia é muito usada como clickbait, ou seja, com o propósito único e exclusivo de fisgar cliques (na tradução literal, isca de cliques). Com um anunciado sensacionalista, conquista a curiosidade do leitor e pesca o clique dele, direcionando-o para qualquer outra página aleatória que não seja a notícia. Porém, as fake news são muito e principalmente usadas para criar ou fortalecer algum boato com o intuito de prejudicar uma ação ou pessoa específica.
Existem grupos de hackers especializados neste segmento. Eles desenvolvem robôs responsáveis por disseminar notícias falsas automaticamente. Esses grupos são encontrados na deep web, um ambiente digital escuro e escondido, não indexado pelo principal buscador Google e, por isso, quase impossíveis de de serem identificados pela forte proteção do IP e outras informações rastreáveis.
Além dos enunciados sensacionalistas, os sites que carregam essas notícias falsas sempre copiam as URLs e o layout das páginas de maior credibilidade da internet; passando despercebidas pelos olhares apressados e/ou desatentos.
O volume de informações falsas que circula na internet é tão grande que deixam pessoas reais vulneráveis a estas até o momento em que compartilham, criando assim uma rede gigante de mentiras alimentadas por pessoas reais.
E agora?
De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massasuchets (MIT), as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as notícias verdadeiras. Isto é, de 10 matérias que chegam até nós, em média 7 são duvidosas. E segundo o aplicativo de segurança para Android PSafe DFNDR, mais de 8,8 milhões de brasileiros foram impactados por fake news num intervalo de 3 meses.
Os números chegam a ser mais chocantes que as notícias falsas que lemos por aí, né? Mas como podemos nos blindar e combater essa prática impune que não é prevista como crime na lei?
Educação Digital
Cabe aos profissionais de comunicação e marketing digital, às grandes marcas e aos perfis influenciadores propagar as notícias de bem e educar os usuários das mídias sociais a não cair no conto do vigário. Então, para você que atua na área ou que é usuário e quer estar mais atento a isso, é só seguir os passinhos abaixo:
- Não compartilhe
Ao invés de compartilhar a fake news com indignação a fim de alertar os demais amigos que é fake, tire um print da tela principal da notícia e ressalte os pontos indicativos de notícia falsa. O compartilhamento, mesmo que com a finalidade de alertar, ainda é um compartilhamento e dá força à matéria.
NUNCA COMPARTILHE UMA MATÉRIA DUVIDOSA!
- Leia a matéria completa
Ponto importantíssimo! Muitas das fake news ganham força de compartilhamento só pela manchete sensacionalista, mas quando você entra no site não tem conteúdo nenhum. Então, clique e leia a matéria completa. Se for só um amontoado de informações desconexas, descarte. Se fizer sentido, continue seguindo a lista a seguir.
- Verificar autor, fontes de apoio e data
Pesquisar o autor na internet e ver o que está sendo falado dele e o que ele está falando é essencial para saber se ele merece atenção. O mesmo com as fontes de apoio. Em que tipo de material ele está coletando conteúdo para criar o texto dele? A data também é importante; muitas vezes uma notícia antiga é realocada para o contexto atual fazendo sentido nenhum e, mais uma vez, distorcendo informações.
- Avaliar o discurso, juízo de valor e posicionamento moral
Não é para bancar o juíz, mas para olhar de forma crítica ao que aquela matéria está querendo te passar. Se você está lendo algo suspeito de um veículo de informação que tem um posicionamento sólido, então você já sabe que a opinião de tal veículo está sendo aplicada de maneira intrínseca. Aí você passa para o último passo deste guia do combate às fake news.
- Pesquisar a mesma notícia
É nessa etapa que você vai desvendar de vez a matéria que você acabou de ler. O famoso “olhar o lado do outro”. Quando você escuta uma história contada por várias pessoas diferentes, você entende que cada um observa e entende as coisas do próprio ponto de vista. O mesmo acontece com as matérias; quando escrevemos, aplicamos inconscientemente nossa opinião e juízo de valor. Por isso da importância de sempre ler a mesma coisa escrita por vários portais e veículos de comunicação diferentes.
Toda a equipe Spiner é treinada e capacitada para análises críticas e prevenção a fake news, tendo o compromisso com informação de qualidade e veracidade. Conheça-nos!